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"Oculta Lágrima"
Mesmo que retornases a pisar
as ervas do caminho,
mesmo que as tuas mãos anunciassem
em concha água das fontes,
mesmo que em desatino
os sons da tua voz
como outrora se ouvissem perto ou longe
e mesmo que os teus olhos
languidamente para os meus olhassem -
só poderia responder-te agora
com uma oculta lágrima
que não foi derramada.
António Salvado, In "Essa Estória", Portugália Editora,
Lisboa, 2008, p 89.