" CLXIV. desejo "
_____________ há um encadeamento no voo de um pássaro sem nome.
É uma ave de alerta, corvo-escuro, vindo de falésias costeiras. E o que encadeia são reminiscências de memórias, lidas num livro, em Parasceve.
A legente sou eu, a tentar extrair de mim a aprendizagem do entendimento,
com quem me acasalei para toda a vida.
Esta frase, li-a, pela primeira vez, em francês - por essa razão, não traduzo:
" Pour conserver une chose, il ne faut pas une cause moindre
que pour la créer à l'origine."
Nos reflexos metalizados, vejo uma cotovia.
Tais passeriformes são óptimos cantores, e ouvi esta a imitar a porciúncula - uma pequena porção do meu desejo.
Uma revoada, com orlas pálidas no dorso, sobressaltou-se.
Jorraram fluidos, impelidos por partículas de silêncio que se moviam com desigual intensidade: ____________ acautelar o silêncio____________ cumpri-lo efectivamente para que não nos rompa; verificar que ele é um Fluido, e que as imagens são ainda um simulacro das imagens do silêncio e que ___ sobre ele ___ a própria cor é inútil.
Este silêncio ___ aqui ___, é por ainda papel que dominei com linhas de tinta e, ao relê-lo, inexprime-se porque eu choco o seu olhar quando o fluido se suspende sobre o seu fundamento.
" Querem conhecer mais sobre o mundo em que estais,
e para onde eu irei."
e a mulher, que se há-de chamar "Umadelas", senta-se ao lado de si própria, e fica atenta às partes de ausência de vagido.
________ e suspendi.
Llansol, Maria Gabriela. Amigo e Amiga, curso de silêncio de 2004. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006, pp 217 - 218.
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