" PARTÍCULA 80 - Poente no horizonte "
____________ quando, no princípio dos inícios, Oblívio perguntou a Celso por que é que ele via o mundo assim tal qual como o via, Celso respondeu-lhe " é porque nos livros que li houve sempre uma vontade de bondade".
Esta frase, um pouco vagarosa na apreensão do seu sentido, era aquela que ele lhe queria dizer. Era também um pouco espessa, mas tinha descontraídos os poros. Haveria vontade de bondade nos livros/ orifícios maiores da escrita? E interligações entre os seus orifícios _____________ malhas de desejo dos seus textos? O que desejavam e intuíam, na contenção dos seus conteúdos?
Oblívio deu as mãos a Celso,
e ficaram a olhar, não um para o outro, mas para o horizonte, onde o sol vespertino, alcançando o poente, apunha o seu lacre.
Llansol, Maria Gabriela. Os Cantores de Leitura. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p 202.
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