07/11/12



( Poema 37 do Ciclo " 42 canções entre 2 portas" )


Ó mundo vivo lavra-me o viver,
ilumina-me a boca, carrega as minhas mãos
para atravessar as ondas,
traduz-me o mar nos palcos taciturnos.
Se me deres um só fogo eu saberei usá-lo com maior
sapiência,
encaminhá-lo-ei pela água derrubada
até ao lugar certo, ao cais
entreaberto, suspenso por duras palafitas,
sobre o medo.

   Carvalho, Armando Silva. De Amore. Lisboa: Assírio & Alvim, 2012, p 70.
.