"Dammartin-en-Goele", foto de Gil Cipière
Amei o Amor, ansiei o Amor, sonhei-o
uma vez, outra vez (sonhos insanos!)...
e desespero haja maior não creio
que o da esperança dos primeiros anos.
Guardo nas mãos, nos lábios, guardo em meio
do meu silêncio, aquem de olhos profanos,
carícias virgens, para quem não veio
e não virá saber dos meus arcanos.
Desilusão tristíssima, de cada
momento, infausta e imerecida sorte
de ansiar o Amor e nunca ser amada!
Meu beijo intenso e meu abraço forte,
com que pezar penetrareis o Nada,
levando tanta vida para a Morte!...
Gilka Machado, Livª Cátedra, pp.153/4