02/12/09

"E quando volta, e volta sempre,/ Poderosamente vem na sua luz"

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Sou crente do Sol, como qualquer,
Mas quando é noite
Dou maior atenção
Ao calor que me dispensa:
Aprecio este ir-se sem ausência.

E quando volta, e volta sempre,
Poderosamente vem na sua luz,
... fácil, uma pouco espessa pálpebra
Devolve-me a noite.

Sem glória, por capricho,
A minha,
A noite sofismada...

Maria Valupi In "Do Disperso Dia", ed. autor, s/c, 1967, p 61.
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Nota - Exceptuando os casos de poemas recebidos por mail ou por mim pedidos directamente aos autores - o que, talvez, não exceda as duas dezenas de poemas -, todos os textos postados neste blogue vêm de livros lidos por mim na íntegra e não de páginas encontradas ao acaso. A presente obra foi uma das primeiras de poesia que comprei. Depois Maria Valupi caiu no esquecimento, como tantos outros... Felizmente a "Quasi", em 2007, publicou uma Antologia desta autora, organizada e prefaciada por Ana Marques Gastão, com introdução da Carlos Nejar e posfácio de António Osório, por conseguinte fica-nos esta última, já que o livro referido acima deve ser uma raridade.
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