" O Anjo "
Pousa o Anjo em meu ombro
E permanece com os pés
Cheios de sons que não escuto
Só adivinho o Anjo no meu
Ombro tem um jeito discreto
De falácia e uma cor
Que não se exprime por
Pincéis mas é real
A cor de suas vestes que não
Vejo a cor além da
Cor uma verdade acima da
Verdade como só o
Anjo pode ser
Aquela que não encontro e seus
Braços longos têm uma
Curvatura infatigável
A inocência de um quadro
De Chagall que não vi e
Seu rosto seu rosto
Lembra um pássaro que não existe
Um pássaro voando
Belo como a beleza
Intocável da liberdade
Goulart, Helvécio. Poemas Reunidos. Goiânia: Editora da UCG, 2007, p 112.
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