" O osso"
tinha uma delicadeza feminina
amava com seu jeito silencioso
de cão que fica aguardando um osso
depois deu para morder a sombra
da memória, deu para sofrer
por alguma coisa que lhe faltava
não sabia bem quando a perdera
mas foi por isso que desandou
a rosnar para o mundo
Vera Lúcia de Oliveira in "A poesia é um estado de transe", Portal Editora,
São Paulo, 2010, p 21.
.