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"Mors"-Amor
Esse negro corcel, cujas passadas,
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
De noite nas fantásticas estradas.
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"
Antero de Quental In "Sonetos Completos", Publicações
Europa-América, Mem Martins, s/d., 108.
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