18/02/11

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" Dias e Noites"
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Sujo de guerra
Eu voltei
Com meu domínio rendido
E uma fé que não é minha,
Roubada de torres caídas,
Enquanto os outros
Levavam a prata
De transportáveis relíquias.
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Ninguém me fez retornar,
Eu retornei sem razão,
Um demente -
Sabor de ferro na boca
Disparando o metabolismo
Do êxtase.
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Menos me aturdia
O punho dos violentos
Do que um Deus contrafeito.
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Trançados o linho e a urtiga,
Eu me deitei sobre eles
Onde o silêncio é espesso
E braços e pernas se abrem
Sem sinônimo de desejo.
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Cheirando a medo
Disputei
A palavra amor
A palavra semente
Manhã, alma, deslumbre,
Todas perdi para o frio.
Viscoso olho
De onde falava a angústia.
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No consentimento do espelho
Que faz consentir o rosto,
Volto a mim e não me acuso.
Contemplo imagem e semelhança
Nas águas enganadoras
E isso é tudo.
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Mariana Ianelli in "Treva Alvorada", Editora Iluminuras, São Paulo, 2010, pp 59 - 60.
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