" o dissolver "
Ultimou insaciável a encomenda:
o meu futuro é a morte.
em girândola fosca piscou argonauta e saltarico
na engrenagem em válvula submeteu-se ao futuro
prescrito na gôndola da memória descascou a língua
muito calmamente como quem aguça a farpa do infindável
mostrando a omoplata a descoberto da noite
entoa uma gargalhada onde peristilo alberga
a grande metáfora da purificação
benze a raça e afasta do chão a grosa
de uma sementeira tardia
são agentes que não querem ser cabras!
o deserto é sempre mais além!
Costa, Aurelino. Amado Amato: Antologia Poética. Edição da Câmara Municipal de Castelo Branco (Organização de Pedro Miguel Salvado), 2012, p 34.
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