"Canção do Exílio"
Galápos e Polinésias,
apesar destes trajes
debruados de pudor e pó
e das cargas e trastes
de cárceres cidades,
apesar desses mares
a esbravejarem entre nós
sempre crespos e cruéis,
vos habito assídua
oh chãos céus de paraíso,
meus instintos a pastarem
entre a pureza das pedras
e a solicitude do capim.
A pressa inútil relegada,
eu irmã de tartarugas e lesmas
fruindo a madrugada sem fim.
Astrid Cabral In "Poesia Viva em revista",Rio de Janeiro, 2008, p 109...