Cresço no íntimo de tua carne
como fruto túmido,
tombado de um paraíso esquecido.
Em volutas adenso-me
num mar selvagem:
centauro de múltiplas águas
a queimar os muros do teu sonho,
do teu inominado mistério.
Nesse resfolegar de patas e crinas,
desvario de lençóis e adagas,
nos ilimitamos nas sinfonias,
nos adágios tatuados em nossos pulsos.
Eis que do fundo da noite
emerges numa explosão
de ilimitados astros:
cometas a rasgarem tua glande ereta,
coice sobre o meu rosto em vivo êxtase...
Alexandre Bonafim In "Sob o silêncio do anjo",
Ribeirão Ed., Franca-S.P., 2009, p 40.