"Revelação do Vento"
Quietas quedam-se árvores.
A flor, o singular alarde
da discreta vida em surdina.
No entanto, se ágil na tarde
o ar acorda e em pranto sopra
as árvores se põem loquazes:
gesticulam abraçam dançam
sussurram cochicham cantam.
É quando súbito enxergamos
a prisão de troncos e ramos
e a longa noite das raízes.
Astrid Cabral In "Poesia viva em revista",
Rio de Janeiro, 2008, p 11o.
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