26/06/09
"quando a alma confirma o deserto - "
À l'eau sombre qui là-bas recueille
le vert ferment d'une aube sur terre -
à l'eau qui va riant dans les pierres
dissiper la ferveur des images -
à la goutte d'eau claire dans mon oeil
mémoire d'une aveugle fraîcheur
quand l'âme vérifie le désert -
À ce qui me dit indivis et fluide
chante levé dans l'essor du chant
essaim de lueurs que rien n'interrompt
mots et gestes brefs tissés dans l'ouvert -
Sur la rive rêche et endolorie
fruits tombés que décompose la mer
lambeaux de brumes, pansements jetés.
Lorand Gaspar In "Patmos et autres poèmes", Poésie Gallimard,
Paris, 2004, p 81.
Nota - Lorand Gaspar nasceu em 1925 duma família húngara, em Marosvásárhely na Transilvânia oriental, hoje parte da Roménia. Fez aí o ensino secundário, sendo depois admitido no Instituto Politécnico de Budapeste em 1943, mas foi mobilizado meses mais tarde.
Em 1944, após o fracasso de uma paz separada seguido da imposição de um governo nazi na Hungria, Lorand Gaspar é deportado para um "campo" na Suabo-Francónia, de onde consegue fugir em Março de 1945 e apresentar-se a uma unidade francesa que se encontrava situada perto de Pfullendorf.
Estudou medicina em Paris e veio depois a ser cirurgião em vários hospitais franceses.
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