13/07/09

"Para me não veres -"


"Raios através da janela", Pittsburgh, Pennsylvania (2008), foto de Kristen Swamer
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Para me não veres -
Na vida - cinjo-me da cerca
Invisível e penetrante.
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Cinjo-me da madressilva,
Cubro-me do algodão de geada.
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Para me não ouvires
Na noite - com manha de velha
Me dissimulo - e me protejo.
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Cinjo-me do restolhar.
Cubro-me de ramagens.
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Para que não floresças muito
Em mim - nos silvados: enterro-me
Nos livros ainda em vida:
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Cinjo-te de fantasias,
Cubro-te de ilusões.
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Marina Tsvetáeva In "Depois da Rússia, 1922-1925", Relógio d'Água,
Lisboa, 2001, p 43 (trad. de Nina Guerra e Filipe Guerra).
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