05/09/09

"Posso, minúscula, adormecer/ na ventania."


Posso, minúscula, adormecer
na ventania. Posso, rala,
serenar-me os rios. Porém,
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quando o abandono em mim
pede trégua e a tua saliva
busca meu germe, ainda
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sou desordem, ainda engendro
distâncias. Não sei acolher-te
da errância. A não me isolar
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entre pedras, a não me secar
entre gráficos ou jazer cinza entre
cinzas, a não revirar os olhos,
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clausuro-me em teu andamento.
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Maria Carpi In "A força de não ter força", Escrituras Editora,
São Paulo, 2003, p 51.
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