04/02/09




as asas as nossas mãos o divino céu...
louvo-te de joelhos sem saber da dor da vida...
o vazio nas mãos as linhas o destino...
juntos o mar os lagos os rios...
e cada gota cada nota cada dó...
é luto é alma é cinza...

o beijo dos teus lábios são os meus
perdidos em ondas de espuma
que esperam da tua boca estonteados
os beijos teus ainda

ó no meu peito floresce uma hora
que perco e ganho quando os cílios toco
estremece-me o corpo inacessível a outro
diamante vermelho triunfante

Henrique Levy In "Intensidades", Europress,
Odivelas, 2001, p 38.
.
.