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Não sabes, leitor, como estou rodeada de silêncio
há uma ave onde este texto se apoia.
fecho os olhos, e o poema traz para este lugar
o búzio dos cofres
escrevo em filigranas de ar
secretas harpas de sombra
onde as primeiras letras ousam pousar.
durante anos treinei o lúmen do coração
em cântaros de sol subindo os primeiros degraus
depois habituei-me à confidência das aves
pousada na inteligência dos bosques
movidos a vento e água,
acácias entre mãos
por último a ciência da respiração
no sumo das auroras
Maria Azenha in "de amor ardem os bosques", ed./aut., 2010, p 30.
Nota - este livro, a não perder, pode ser adquirido através do endereço colocado no blogue da autora.
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