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Sei o som dos passos
com que regressas a casa.
No quarto virado a norte,
a prevenir-nos de todos os invernos,
aguardo que prolongues em mim
a tua sombra intacta.
De frutos doces me enfeito.
Uma luz quase clandestina
inunda minhas margens
e deixa-me um rio no vinco da cintura.
O teu desejo terrivelmente puro!
Graça Pires in " O silêncio: lugar habitado", Editora Labirinto,
Fafe, 2009, p 28.
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