"Nada do que é humano me é estranho"
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Não é uma sensação agradável
ser habitado por mortos que não conheci
ser habitado por todos os mortos
nada do que é humano me é estranho.
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Onde faz Sol? Em que planeta?
O fio da palavra se estende
comprido
tecendo as nuvens,
árvores, alamedas
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tecendo as nuvens,
árvores e alamedas...
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Meus olhos
conforme o desejo,
riscam na pele
um beijo
ou um corte
navalha nos ares
decepando a luz
tronco, membros, claridade.
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Alguém passa, um canto,
há uma flor sobre a mureta,
um cachorro morre e crianças,
currupio de bicicletas. Amigos
que chegam, amigos que sofrem,
pastéis, sopa de letras e nachos
cada minuto, cada segundo,
nada do que é humano
me é estranho
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nada do que é humano
me é estranho
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nada do que é humano
me é estranho
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nada
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nada
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nada
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... uma pedra pesa
e sem recompensas
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José Rodrigo Rodriguez in "Meus Seios", Nankin Editorial, São Paulo, 2005, pp 38 - 39.
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