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(não esqueça)
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não esqueço
mesmo que a palavra seca inverta
a duração lépida sílaba, adorno
para mãos ásperas desveladas
via estreita vida imóvel
livre de ondulações celeradas, palmas
não esqueço
um olhar sobre outro olhar, olhados e desfiados,
covardia aberta e sem pai, alguém morrendo mudo
se desfibra, um pai
que hesita, mas vem
despido de raízes, as mãos cortadas
mas vem, negligente e destraído
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quem
iria se lembrar?
quem poderia guardar
o vento nos cabelos?
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Não esqueço
e esse meu sonho
é quem me governa
morte e desterro
duração e desvio.
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José Rodrigo Rodriguez in "Meus Seios", Nankin Editorial, São Paulo, 2005, p 178.
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