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"No barco para Égina"
Sentada junto à proa
lê Alexandre o Grande
de Nikos Kazantzakis
Depois coloca o marcador
entre as folhas do livro
bebe um gole de água
e olha por momentos o horizonte
onde agora se não vê nenhuma ilha
e apenas um barco e outro barco
inscrevem no mar dois sulcos brancos
É então que ela abre o pequeno caderno
e hesitando entre o horizonte e a página
anota um, dois versos, nada mais -
pois não há olhos azuis que não invejem
o azul centrípeto da hora
João Pedro Mésseder In "Meridionais", Deriva Editores, Porto, 2007, p 18.
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