11/09/10



Sinto-a presa a mim.
Que posso fazer?
Afasto-a rudemente,
mas ela volta.
Toca-me o braço,
mas eu insulto-a.
Roça-me devagarinho o cabelo
- qual mestra de todas as seduções -
e eu praguejo.
Canta, zumbe, volteia...
Feiticeira extenuada
olha-me languidamente
através do espelho.
Sim, não me restam quaisquer dúvidas:
está presa a mim!
- Ó pobre mosca sofredora
a janela é do outro lado!

Victor Oliveira Mateus