03/09/10

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Poema I de "Dez chamamentos ao amigo"
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Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
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Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
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Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
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Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
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Hilda Hilst in "Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão", Editora Globo,
São Paulo, 2003, p 17.
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