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Também este silêncio está como que ausente
quando recomeço a leitura dos teus lábios.
Aqui, no limiar da pele, sou a única palavra
que arde em ti uma língua cheia de cantos e silêncios.
O poema és sempre tu:
corpo de luz frutífera
árvore acolhedora no peito das palavras.
Linguagem devorante em fuga
sobre um invisível caminho.
Fernando Esteves Pinto in "Área Afectada", Temas Originais, Coimbra, 2010, p 31.
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