13/08/13
" Licença poética "
Sou livre pra buscar a rosa azul,
sou livre pra tocar fogo no lar,
livre pra qualquer droga, pra tomar
na veia, livre pra tomar no cu.
À minha volta o mundo é meu ensaio,
um palco, um tiro-ao-alvo, um lenço branco
em que beijo o sorriso ou cuspo o pranto,
ao bel-prazer do arbítrio, e me distraio.
Por onde começar? Mirando o céu?
Atirando no breu? Tirando o véu?
Condenado a ser livre! Como um biltre,
faço um soneto vil, sem peripécia,
que termina do jeito que começa.
Sou livre. Irremediavelmente livre.
Ramos, Luís Antonio Cajazeira. Mais que sempre. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007, p 45.
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