15/08/13



Só decifro
O que não vejo,
Tua funda cicatriz.

Gilvaz na pedra
E no tempo,
Sinal aberto
Aos segredos
Que adivinho
(E tenho medo).

Só desvendo
O que se esconde,
Marca de dente, vampiro
Desfeito nos teus calores.

Penetro
No que ignoro,
Teus dispersos
Labirintos.

E sinto que
O que espreito
É a sombra de mim mesmo.


   Fraga, Myriam. Poesia Reunida. Salvador: Academia de Letras da Bahia, 2008, p 150.
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