Só decifro
O que não vejo,
Tua funda cicatriz.
Gilvaz na pedra
E no tempo,
Sinal aberto
Aos segredos
Que adivinho
(E tenho medo).
Só desvendo
O que se esconde,
Marca de dente, vampiro
Desfeito nos teus calores.
Penetro
No que ignoro,
Teus dispersos
Labirintos.
E sinto que
O que espreito
É a sombra de mim mesmo.
Fraga, Myriam.
Poesia Reunida. Salvador: Academia de Letras da Bahia, 2008, p 150.
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