10/05/10

Acerca da síndrome da morte súbita.

O livro acima indicado foi traduzido para português em 2002. São mais de 500 páginas de jornalismo de investigação. Ele remete-nos igualmente para obras a não perder, como por exemplo o "Em nome de Deus" de David Yallop (reeditado recentemente em Portugal), onde se aborda a estranha morte de João Paulo I, e ainda para outros livros como "Wojtyla, el ultimo cruzado - Un papado medieval en el fin del milenio" (não sei se existe em português, pois só o consegui encontrar em castelhano).
Robert Hutchison, nasceu no Canadá, estudou na Universidade de McGill em Montreal. Foi correspondente do Sunday e do Daily Telegraph e escreveu vários livros de investigação em torno de diversas áreas. Os seus trabalhos mereceram-lhe alguns prémios. Retirou-se para a Suiça onde vive há trinta anos.
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"Escrivá de Balaguer, acerca de quem os acessores nas Causas dos Santos afirmariam "ter sobressaído na história da espiritualidade ao nível dos tradicionalmente notáveis", propôs munir Pio XII com um corpo de Guerreiros Frios capazes de exercer uma influência católica discreta nos sectores económicos chave e ministérios por todo o mundo livre. Isto representava uma nova fase no desenvolvimento do Opus Dei, exigindo uma mudança no tipo de pessoas recrutadas para a Obra. A perspectiva original transferia-se assim do letrado universitário para o banqueiro, director de companhia e administrador público(...). O Opus Dei, portanto, não estava interessado em varredores de rua e sugerir o contrário seria hipocrisia(...) a única forma de estabelecer um marco na sociedade, estado ou instituição é dominando o seu cume, conselho que Escrivá de Balaguer seguiu assiduamente. Mas Escrivá de Balaguer foi mais longe do que Herrera, subordinando a sua agenda política a um culto de discrição(...).
Para melhor desempenhar o seu apostolado, a procura de influência pelo Opus Dei tinha de ser discreta para que os seus "inimigos" - e já tinha um considerável número - fossem mantidos na escuridão quanto às suas reais intenções. Para proteger a Igreja o Opus Dei tinha de controlar o poder eclesiástico. Com esta finalidade, Escrivá de balaguer antecipou a sua promoção a bispo. Mas para o consumo público, o seu culto de discrição exigia uma atitude contrária de humildade."
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Robert Hutchison in "O Mundo Secreto do Opus Dei", Prefácio- Edição, Lda., Lisboa,
2002, pp 137 - 138.
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" Depois de adoptar o nome de João Paulo I, Luciani anunciou que preferia ser Pastor em vez de Pontífice, e que aquela pompa não era para ele. Disse à gente de Roma que tencionava empenhar o seu Pontificado na aplicação dos ensinamentos do Segundo Concílio Vaticano. Isso por si mesmo, obervou mais tarde Calvi, era uma coisa perigosa para se dizer. Havia uma comunidade dentro da Igreja, fundamentalista até ao âmago, que estava a tentar rever - entenda-se corrigir -as conclusões do Vaticano II.(...) Embora Luciani não o soubesse, os quatro prelados que ele pretendia remover da Cúria eram essenciais para (...) Durante essa noite, após trinta e nove dias no lugar, João Paulo I morreu."
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Robert Hutchison, op. cit., pp 305 - 311.
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"Na sexta-feira 22 de Outubro de 1982, o oponente mais implacável do (...) o arcebispo Benelli de Florença, sofreu um violento ataque cardíaco - infarto miocardico acuto, dizia o boletim médico. Mas Benelli, de sessenta e dois anos de idade - um toscano cordial e "bon vivant" - tinha desfrutado de uma saúde de ferro, afirmava o seu secretário pessoal. Trabalhava durante longas horas e raramente dormia mais de quatro horas por noite. Os primeiros sinais de problemas de coração começaram apenas dois dias antes e morreu a 26 de Outubro de 1982. (...) Benelli tinha vindo a preparar-se para se opor a que o Opus Dei se transformasse numa Prelatura Pessoal na reunião dos cardeais."
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Robert Hutchison, op. cit., pp 370 - 371.
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