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Dêem-me a cor de uma grande noite e eu
aprenderei a mover-me em equinócio. Já não
te sei, por isso sigo a meio dos dias e de
costas voltadas para os fenos e as margens.
Ao fundo, quando reclamo a espessura de
uma outra inquietação, durmo nos sinais de
uma orla sem corpo, campo aberto e
obscuro. Bato a todas as portas, mas de
súbito, recolho-me na invenção de mapas.
Absurda e doce memória esta aragem que
me cobre.
Cecília Barreira in " a sul da memória ", Europress Editores, Odivelas, 2001, p 55.
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