18/05/13
" alegria das navegações "
desarma-nos, Deus,
do gelo de violência
que tanto exibimos
como dissimulamos
defende o espaço das nossas relações,
sem nos tornarmos ostensórios,
carpideiras barrocas,
sobre a curva da onda que vem
e nos descreve a rota das metamorfoses
defende-nos das classificações exangues
e da paixão da regra
que nos sepultam vivos, exilados, cínicos
tenham os nossos actos
o ritmo e a cadência do possível,
Deus que esperamos na alegria
das nossas navegações
e que nos convocas para esta hora de luz
e de passagem
Mourão, José Augusto. O Nome e a Forma: poesia reunida. Lisboa: Pedra Angular, 2009, p 139.
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