07/05/13

 
 
Quem poderia reconhecer
depois de tão longa espera
a esteira viva de uma estrela
que se apagou num frémito obscuro
que ritmou as palavras esparsas?
 
Ei-la aqui viva e já morta
a estrela de um gesto de amor
que seria eu sem ti viva ou morta?
 
Eu quero guardá-la na minha boca
como a serpente guarda o veneno
para o gérmen que anuncia o mundo
 
 
  Rosa, António Ramos. Numa folha, leve e livre. Póvoa de Santa Iria: Lua de Marfim Editora, 2013, p 25.
.