" Tão triste como um terno azul-marinho... "
Tão triste como um terno azul-marinho
como coçar as costas numa árvore
razante de urubu
cio dos gatos
besouro virado de costas
planta que não pegou
piruá
rompimento
aquela tristeza de namoro na Internet
ir ao aeroporto
e não partir
triste como uma tarde de domingo
depois do jogo
ressaca de vinho-do-porto
porto
tão triste como ter amado
e agora perceber
que não era preciso
que foi inoportuno
que ninguém se importou
tão triste como um touro
na arena
lembrando o pasto
uma galinha humilde coberta pelo galo
triste como gaiola
triste como ser tolo
Pallottini, Renata. Um Calafrio Diário. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002, pp 94 - 95.
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