31/10/13



   " Canto do mar "


Na ruína de espelhos
restam só os teus olhos
onde o meu reflexo é resistente e sólido.

À janela, com insónia das noites
nada a fazer senão aguardar o eco acordado nos lábios
imaginar como uma brisa traz teus seios
- pombos frescos da madrugada.
Perdida a chave vermelha
fiquei, há séculos, preso em tua cadeia
minha alegria na solidão da lua.


    Jingming, Yao. A Arqueologia da Palavra e a Anatomia da Língua, Antologia Poética. Maputo: Revista Literatas, 2013, p 128.
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