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"Poema 10"
quantas vezes me despeço de ti
sem saber
onde vais
quantas vezes me despeço de ti
sem saber a razão
sem saber de tua mão
sem saber
quantas vezes sem saber
me levanto ao bater da porta
do soalho no passo breve curto certo
te procuro nas gavetas
em sombras atrás dos muros
em sombras que o vento traz
com ramos a bater nas vidraças
quantas vezes te sei aqui e não te vejo
me despeço de ti
e não o quero
me despeço de ti
e não te peço
fica
para acalentar meu desassossego
Inez Andrade Paes in "Paredes Abertas ao Céu", Edição da Autora, s/c., 2010, p 34.
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