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"Solo"
Vem outra lua
e vou
só
contra a imensa parede
que me derruba
e cega.
Atordoa mas não mata
a vontade
de insistir.
Remendo as asas
e espero
a cura: o próximo luar.
De tombo em tombro,
após mergulho
no vazio,
subo à superfície,
dura borda da noite,
e o vôo se levanta
para que eu
- sempre outra -
siga à procura
do existir
Sônia Barros in "Mezzo Vôo", Nankin Editorial, São Paulo, 2007, p 49.
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