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" Estátua de Drummond "
Daí,
de teus olhos duros,
de pupilas de bronze,
poeta,
perscrutas opacas
estruturas do mundo.
Metal
de costas para o mar,
teu corpo - estátua sentada no ar.
( o banco de cimento se esfarinha
num ruir de areia. Tua vida,
rocha marinha.)
Passam turistas
em teu olhar imóvel.
Automóveis. Pernas de moças.
A graça cotidiana.
Um velho mundo futurista.
E tu,
estático ao sol
a humanizar o metal
- banhista da brisa
numa praia inelutável -
O bronze franzido de tua fronte
desbota-se.
Edmar Guimarães in " Águas de Claudel ", Editora UFG, Goiás, 2011, p 24.
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