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"Génese "
Busco na palavra sua unção,
labirinto de paradoxos
onde mergulho
feito escafandrista num garimpo de im
possibilidades
Território de invenções,
ela me estende a ponte entre o sagrado
e o profano
Em cada manhã
rompe com sua insistência de rio
e sua pontualidade solar.
Meticuloso engenho do verbo
que se faz silêncio
ou boato
Rumino sua nudez
ou desvelo suas rugas.
Entre a fuga
e os deslizes
o poema vinga
rosa intimorata perfurando o asfalto
Nutre-me do que é míngua
recicla-me do que é sangue.
Ronaldo Cagiano in " O sol nas feridas ", Dobra Editorial, São Paulo, 2011, p 15.
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