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" Naufrágios "
( para Victor Oliveira Mateus )
Às margens do Tejo
naufrago o tédio de existir
À beira do meu tédio
um Tejo que me recolhe
Caos à deriva,
dissidente embarcação apascentando delírios,
meu olhar medieval navega numa solidão atlântica
Nau sem bússola
desconhecendo a legenda dos mares
desembarco numa infância pagã
ancorada num cais sem metafísica
No dorso veloz do passado
não posso mais cavalgar
Ronaldo Cagiano in " O sol nas feridas ", Dobra Editorial, São Paulo, 2011, p 135.
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