01/10/11

"(...) o abismo/ raso, gasto/ por uso impreciso. "

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 " O volume do vazio "

O nada anda sem força.
Há em seu fosso
tanta coisa.

Mesmo o abismo
raso, gasto
por uso impreciso.

O que fundo
é de fato
não acha mais azo
neste vocábulo nulo.

Se não se ouve,
um eco de sim
ausculta-se. Daí,
repetir não, NÃO
para afirmar o que é fim.

( Ah, palavras desafinadas
pela própria língua que as engasta!)

 Edmar Guimarães in " Águas de Claudel ", Editora UFG, Goiás, 2011, p 52.
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