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" As palavras "
As palavras são navios e a respiração lhes dá corpo.
Florescem nas amarras dos dias tranquilos
e laceram pequenas certezas.
As palavras, à tarde: morno rebanho branco
cintilando na sombra da encosta da serra
- e os olhos passam e desfalecem no velo dócil.
Arde baixo a voz, o dia dividiu-se em antes e depois.
Soledade Santos in " Sob os teus pés a terra ", Ed. Artefacto, Lisboa, 2010, p 40.
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