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Ai, como trepas, cabritinho esperto:
De uma pedra já saltas noutra pedra,
E pouco a pouco assim chegas mais perto
Do cume e d'erva que no cume medra!
- Já chego, estou chegando, espere um pouco!
De cargo em cargo vede: sei galgar
( Ai, que poder! Estou ficando louco!),
Montar depressa até no cume dar!
- Vem, cabrito, que eu ardo à tua espera!
E, ao chegares aqui, ergue o rabito:
Mais alto fiques tu no cume farto!
- Mas, meu amor... eu quero a estratosfera!
Trepar mais alto! É só no que cogito!
Chegando a aurora, já do cume parto!
Paulo Franchetti in " Mal D' Orror ", Sereia Ca(n)tadora, Santos, 2011, p 3.
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