Volto à infância uma vez
mais. À cintilação do verde
entre os pinheiros. À humidade
do musgo a desdobrar-se
por serras e caminhos
nunca vistos. Regresso ao jogo
cristalino dos espelhos. À cantante
refracção dos rios
alimentando pomares e azenhas.
Torno ao meu país, sempre
sonhado e sempre incompleto;
país antiquíssimo, onde os homens
conservam a exacta dimensão
dos magos e dos deuses. Volto,
de novo, à infância: fabuloso
lugar de onde nunca saí.
Victor Oliveira Mateus,
In "Col. afectos: Natal", Labirinto