Foto de Nuno Fernandes (2007), sem título
Dalla luce il volto breve
mi saluta tra i cespugli. Balla come nave
nel torbido chiarore del pomereriggio.
Luce misteriosa luce, fermo segnale
sulla non ascosa confusione del mondo,
finestra spalancata sull'ampiezza degli
oceani. Vieni. Tu che sempre ti nascondi
e ti palesi quandi il sole era una fiaccola
incandescente e la brezza sfociava
lentamente sul mio corpo. Vieni, portami
le grida dei ragazzi ao porto, i riflessi
del legno di unm veliere, il molo,
le casupole, le acque. Ah, portami tutto
ciò che innanzi me rese pien di gioia!
Tutto quanto in terra mi è toccato
dalla fortuna. Ma, se per caso, ciò non
potessi, portami, almeno, e leggermente,
la dignità nella morte.
Victor Oliveira Mateus, In "Antologia dei
poeti nel mondo", Mosaico Italiano,Febbraio,
2006.
(Da luz o rosto breve
me acena entre a folhagem. Como um navio
balança na turva limpidez da tarde. Misteriosa
luz, firme sinal na indisfarçável confusão
do mundo, janela escancarada à vastidão
dos oceanos. Vem. Tu que sempre ocultas
e revelas, traz-me de novo as tardes
da minha ilha. Essas tardes, quando o sol
era um facho incandescente e a brisa
desaguava lenta no meu corpo. Vem. Traz-me
os gritos dos rapazes no porto, os reflexos
no casco de um veleiro, o molhe, o casario,
as águas. Ah, traz-me tudo o que em tempos
me fez feliz! Esse tudo que na terra me coube
em sorte. Mas, se por acaso tal não puderes,
traz-me ao menos, e de mansinho,
a dignidade na morte.)