03/05/08

Poetas

"O pássaro que se apaga"


É durante o dia que ele aparece, no dia mais branco. Pássaro.
Bate as asas, voa. Bate as asas, apaga-se.
Bate as asas ressurge.
Pousa. E depois desaparece. Com um bater de asas
apagou-se no espaço branco.
É assim que se comporta o meu pássaro familiar,
o pássaro que vem povoar o céu do meu pequeno pátio.
Povoar? Bem se vê de que maneira...
Mas permaneço quieto, a contemplá-lo, fascinado
pela sua aparição, fascinado pela sua desaparição.

Henri Michaux, In "Apparitions"