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25/01/10

"(...) os narcisos/ e o mundo verdejante que os cerca..."

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A beleza em cada ser é uma alegria eterna"

A beleza em cada ser é uma alegria eterna:
o seu encanto não se extingue, nunca se há-de perder
no nada; reservar-nos-á um refúgio
de paz, onde adormeceremos, habitados por sonhos
suaves, uma íntima plenitude, uma respiração branda.
Comecemos, assim, a tecer em cada manhã
uma grinalda de flores para nos unirmos à terra,
apesar do desalento, da ausência daqueles
cuja nobreza amávamos, dos dias cheios de escuridão,
dos caminhos insalubres e misteriosos,
abertos para os nossos anseios; sim, apesar de tudo,
uma forma de beleza afasta o sudário
das nossas almas sombrias. Assim é o sol, a lua,
as antigas ou recentes árvores que fazem germinar
a sombra sobre os humildes rebanhos; os narcisos
e o mundo verdejante que os cerca; e os límpidos rios
que criam para si mesmos um docel de frescura
durante as estações ardentes; os silvados do bosque
enriquecidos pelo belo, nascente esplendor das rosas;
e, também, a magnificência do destino
que imaginamos para os mortos poderosos;
e as histórias encantadoras que lemos ou escutamos:
fonte inesgotável duma imortal bebida,
que vem do céu e para nós se derrama.
E não é apenas durante algumas horas breves
que ficamos presos a estas essências; assim as árvores
murmurando à volta dum templo logo se tornam
tão amadas como o próprio templo; assim a lua
e a paixão da poesia, glórias infinitas, tantas vezes
nos assombram, até serem uma luz vivificadora
para a alma, e tão estreitamente nos cingem
que, fique a brilhar o sol ou se apaguem os céus,
para sempre hão-de existir em nós, ou morreremos.

John Keats In "Poesia Romântica Inglesa (Byron, Shelley, Keats)",
Editorial Inova, Porto, 1977, pp 79-80 (Tradução de Fernando Guimarães).
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"Awake for ever in a sweet unrest"

John Keats (31/10/1795 - 23/2/ 1821)

"Bright Star"

Bright star, would I were stedfast as thou art -
Not in lone splendour hung aloft the night
And watching, with eternal lids apart,
Like nature's patient, sleepless Eremite,
The moving waters at their priestlike task
Of pure ablution round earth's human shores,
Or gazing on the new soft-fallen mask
Of snow upon the mountains and the moors -
No - yet still stedfast, still unchangeable,
Pillow'd upon my fair love's ripening breast,
To feel for ever in a sweet unrest,
Still, still to hear her tender-taken breath,
And so live ever - or else swoon to death.

John Keats