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28/05/11


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Cidade intemporal
é lá que existes
no nocturno vazio
um homem está de pé
tem nas asas   na língua
uma chama inviolada
uma causa que varre
as sementes   a febre

devagar sobre o orvalho
o suor corre à tona
algas azuis nos cílios

e um vestido de penas

 Madalena Férin in "Viola Delta" Vol. XXV, Edições Mic, Estoril, 1998, 36.
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Seis lâminas de navalha
o altar portátil
os dragões perfilados
gravada a cruz na pele
brancas perversas   mudas
dançando sempre em roda
do vestido fizemos as paredes

Madalena Férin in "Viola Delta", Vol. XXV, Edições Mic, Estoril, 1998, p 38.
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05/09/10


" Mar de oeste"
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Eis que do seu dorso despontaram garras!
No vértice onde se embalavam peixes
nasceram asas,
num anseio de pombas
mortas implumes...
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Eis que o líquido e o denso se casaram
formando um monstro: rochedo e cavalo,
serpente e águia,
grilheta e asa!
E num barco de papel navego eu!
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Madalena Férin in "Poemas", 1957.
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