Mostrar mensagens com a etiqueta William Shakespeare. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta William Shakespeare. Mostrar todas as mensagens
29/05/11
Soneto CXXX de William Shakespeare dito por Daniel Radcliffe
.
Minha amante nos olhos sol não tem,
mais rubro é o coral que sua boca,
se a neve é branca, o peito é escuro e bem,
se há toucas de oiro, negro fio a touca.
Vi rosas brancas, rubras, damascadas,
não tem rosas na face, ao contemplá-la,
e há essências que são mais delicadas
do que o bafo que aminha amante exala.
Gosto de ouvir-lhe a voz, contudo sei
da música mais doce a afinação,
e uma deusa a passar jamais olhei,
a minha amante a andar põe pés no chão.
Creio no entanto o meu amor tão raro
quão falsas ilusões a que o comparo.
William Shakespeare, in " Os Sonetos de... ", Bertrand Editora, Lisboa, 2002,
p 271 ( Tradução de Vasco Graça Moura)
.
19/10/09
Vejo os dias quais noites não te vendo (Soneto 43).
.
.
When most I wink, then do mine eyes best see;
For all the day they view things unrespected,
But when I sleep, in dreams they look on thee,
And darkly bright, are bright in dark directed.
Then thou whose shadow shadows doth make bright,
How would thy shadow's form form happy show
To the clear day with thy much clearer light,
When to unseeing eyes thy shade shines so?
How would (I say) mine eyes be blessed made
By looking on thee in the living day,
When in dead night thy fair imperfect shade
Through heavy sleep on sightless eyes doth stay?
.. All days are nights to see till I see thee,
.. And nights bright days when dreams do show thee me.
.
.
Tradução:
Meus olhos vêem melhor se os vou fechando.
Viram coisas de dia e foi em vão,
mas quando durmo, em sonhos te fitando,
são escura luz que luz na escuridão.
Tu cuja sombra faz a sombra clara,
como em forma de sombras assombravas
ledo o claro dia em luz mais rara,
se em sombra a olhos sem visão brilhavas!
Que bênção a meus olhos fora feita
vendo-te à viva luz do dia bem,
se tua sombra em trevas imperfeita
a olhos sem visão no sono vem!
.. Vejo os dias quais noites não te vendo,
.. e as noites dias claros sonhos tendo.
Shakespeare In "Os sonetos de ... ", Bertrand Editora, Lisboa, 2002,
pp 96 - 97 (Tradução de Vasco Graça Moura).
.
.
.
.
When most I wink, then do mine eyes best see;
For all the day they view things unrespected,
But when I sleep, in dreams they look on thee,
And darkly bright, are bright in dark directed.
Then thou whose shadow shadows doth make bright,
How would thy shadow's form form happy show
To the clear day with thy much clearer light,
When to unseeing eyes thy shade shines so?
How would (I say) mine eyes be blessed made
By looking on thee in the living day,
When in dead night thy fair imperfect shade
Through heavy sleep on sightless eyes doth stay?
.. All days are nights to see till I see thee,
.. And nights bright days when dreams do show thee me.
.
.
Tradução:
Meus olhos vêem melhor se os vou fechando.
Viram coisas de dia e foi em vão,
mas quando durmo, em sonhos te fitando,
são escura luz que luz na escuridão.
Tu cuja sombra faz a sombra clara,
como em forma de sombras assombravas
ledo o claro dia em luz mais rara,
se em sombra a olhos sem visão brilhavas!
Que bênção a meus olhos fora feita
vendo-te à viva luz do dia bem,
se tua sombra em trevas imperfeita
a olhos sem visão no sono vem!
.. Vejo os dias quais noites não te vendo,
.. e as noites dias claros sonhos tendo.
Shakespeare In "Os sonetos de ... ", Bertrand Editora, Lisboa, 2002,
pp 96 - 97 (Tradução de Vasco Graça Moura).
.
.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)