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Poema 2. de "Venus Felix"
De tudo quanto cresce te baptizo,
e dos espinhos nasce o dia aceso.
Talvez de pés no chão os gamos, sabes,
invadam teu sentir folhas queimadas,
ou só no chão dos gamos corra a água,
de rastos contra o peito das colinas.
Por trás de cortinados, e de portas,
ó nua e debruçada sobre o verão.
Mário Cláudio in "Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga", Arcádia, Lisboa, 2010, p 40.
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03/04/11
"Aqui te dou as horas mais doídas/ mais cavadas a fogo, a terra crua, "
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Poema 14. de "Venus Victrix"
Aqui te dou as horas mais doídas,
mais cavadas a fogo, a terra crua,
mais certas, incidentes sobre a tarde
que em si resume as horas consumadas.
O dorso que se dobra sobre o mundo,
se extrai do mundo, e o mundo em nós se extrai.
Aí nos corta o fio dos relâmpagos.
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Mário Cláudio in "Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga", Arcádia, Lisboa, 2010, p 74.
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Poema 14. de "Venus Victrix"
Aqui te dou as horas mais doídas,
mais cavadas a fogo, a terra crua,
mais certas, incidentes sobre a tarde
que em si resume as horas consumadas.
O dorso que se dobra sobre o mundo,
se extrai do mundo, e o mundo em nós se extrai.
Aí nos corta o fio dos relâmpagos.
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Mário Cláudio in "Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga", Arcádia, Lisboa, 2010, p 74.
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" partindo a descrever adonde voltam."
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Poema 26. de "Venus Genitrix"
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Pois sempre as naves ficam, e se espantam,
se voltam sobre o lado, e aí se esquecem,
perdendo quanto sabem de onde vêm,
partindo a descrever adonde voltam.
Mário Cláudio in "Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga", Arcádia, Lisboa, 2010, p 114.
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Poema 26. de "Venus Genitrix"
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Pois sempre as naves ficam, e se espantam,
se voltam sobre o lado, e aí se esquecem,
perdendo quanto sabem de onde vêm,
partindo a descrever adonde voltam.
Mário Cláudio in "Do Espelho de Vénus de Tiago Veiga", Arcádia, Lisboa, 2010, p 114.
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22/10/08
Poetas

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Entre as falésias, o rápido aguaceiro nos crivou a bom-
....................................................bazina do casaco. Água?
....................................................Rolada espuma do equi-
....................................................nócio.
De quase nada significa um abrigo para nós: a vida
..................................................que temos se rói, rói o cal-
..................................................cário ou a madrepérola,
..................................................faz-se de estrume.
Volta-se aos lençóis, ao aroma das loções matinais.
D. Manuel inventou um estilo de pedras como nós la-
vradas e solitárias e unidas.
A um poeta só o rigor se pede, a correcção jamais.
Perguntaram-lhe as horas, e vacila.
Há quem saia sem se despedir, quem apenas ria, nos
..................................................toque no braço, nos deixe
..................................................um afago na nuca.
Há quem quase tristemente nos deseje boa sorte.
Mas a cidade alastra para além destes gestos. Multipli-
................................................ca-se em rails e deflagrações
................................................de rolas. Crispa-se em vaga-
................................................rosa e surda duração.
Mário Cláudio In "Terra Sigilata", &etc, Lisboa, 1980,
pp. 25-26.
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