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21/03/12

" e cá comigo nam vou. "

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Coitado, quem me dará
novas de mim onde estou?,
pois dizeis que nam som lá,
e cá comigo nam vou.

Tod' este tempo, senhora,
sempre por vós preguntei,
mas que farei, que já agora
de vós nem de mim nam sei?
Olhe Vossa Mercê lá
se me tem, se me matou,
porqu' eu vos juro que cá
morto nem vivo nam vou.

   Miranda, Sá de ( Canc.de Res., III, 154-5). Florilégio do Cancioneiro de Resende. Lisboa: Seara Nova, 1973, p 26 ( Selecção, prefácio e notas de Rodrigues Lapa ).
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" eu não me soube guardar: "

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Cerra a serpente os ouvidos
à voz do encantador;
eu nam, e agora, com dor,
quero perder meus sentidos.
Os que mais sabem do mar
fogem d' ouvir as Sereas;
eu não me soube guardar:
fui-vos ouvir nomear,
fiz minha' alma e vida alheas.

   Miranda, Sá de (Canc. de Res., III, 155-6). Florilégio do Cancioneiro de Resende. Lisboa: Seara Nova, 1973, p 25 (Selecção, prefácio e notas de Rodrigues Lapa).
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